Mas choro pelo contraste também - de um lado, a beleza dos atletas em competição pesada, mas respeitosa. De outro, gente sendo morta na Síria. Gente sendo morta no cinema quando só queria ver o Batman. Um pai que mata a mulher e o filhinho a facadas e se joga da ponte depois - sem nem conseguir morrer. A moça violentada por assaltantes na presença do marido, tão perto do Governo Federal. A menina violentada e jogada no mato, amordaçada e amarrada.
É tão estranho parar e assistir a um evento como esses depois de uma semana cheia de notícias tão brutas. Mas é alentador também, poder chorar um pouco por uma coisa bonita, como a cerimônia de acendimento da pira olímpica. Ouvir de novo uma canção tão delicada, que é Hey Jude, escrita por um cara bacana para consolar o filho pequeno do amigo, triste com a separação dos pais. Uma música de acalanto para uma criança. Que ainda serve de consolo para tantos, tantos anos depois...
Depois de tanta loucura e brutalidade, algo assim reacende um pouco a crença da gente no ser humano. Os bons são maioria, ainda são.
Daniela Lepinsk Romio, jornalista chorona. E-mail: jornalista.daniela@uol.com.br
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